sábado, 23 de fevereiro de 2019

Passado e presente na cultura popular




Desde o começo do ano, eu vim demonstrando certo interesse por novelas. Comecei assistindo “O Tempo Não Para” (que estava em seus últimos capítulos) e “O Sétimo Guardião”. A novela das seis eu evitava, pois passava na hora do almoço com a minha família. No entanto, quando eu ligava a televisão para assistir “O Tempo Não Para”, o capítulo de “Espelho da Vida” estava no final, então eu assistia.
Por esse meio, eu passei a me interessar pelo programa e a me envolver com a história e com as personagens.
A narrativa me lembrou de um livro que eu lera ano passado, entre setembro e novembro, chamado “O Orfanato da Senhorita Peregrine para Crianças Peculiares”, de Ramson Riggs, e que foi adaptado para o cinema com a direção de Tim Burton.
No livro, o jovem Jacob, natural de uma cidade no interior da Flórida, resolve ir para uma ilha no País de Gales, onde seu avô homônimo passara a infância em um orfanato para crianças supostamente judias. Segundo o relato do avô, no dia 3 de setembro de 1942 (se eu não estiver enganado), um esquadrão de aviões nazistas bombardeou a ilha, mas apenas o orfanato fora destruído. O avô sobrevivera ao ataque, porque ele deixara o orfanato para tentar a vida na América.
Jacob, então, vai para ilha com seu pai encontrar os vestígios do casarão que servira de lar para seu avô. O menino chega até o local e descobre, por meio de intuição, uma fenda no tempo dentro de um pequeno sítio arqueológico, que leva até o último dia de vida dos habitantes do orfanato. Jacob descobre que eles estão vivendo em loop o dia do ataque, graças a uma manobra da “ave”, que é como as crianças chamam a Srta. Peregrine.
Isso dito, em “Espelho da Vida” não é muito diferente. Cristina vive muito só na cidade de Rosa Branca e, quando ela entra em um casarão supostamente abandonado e encontra um espelho capaz de transportá-la para outras vidas, ela muda seu jeito de ver o mundo. Nesse caso, Cris “viaja” para a década de 1930 e lá ela é conhecida por Júlia Castelo.
Da mesma forma que Jacob Portman é confundido com seu avô na Ilha de Cairnholm, Cristina também tem sua antepassada na cidade de Rosa Branca.
Com isso, é possível dizer que viagens no tempo e “reencontro” com outras vidas são temas muito explorados no cinema, na literatura, na música e até onde a imaginação permitir.


Apêndice: Mais obras que tratam do tema passado/presente



Música “Jeanne” (Laurent Voulzy)
A música “Jeanne” faz referência a um episódio do Romantismo (escola literária que vingou durante o século 18). Nessa época, viveu o poeta inglês Lord Byron, que era apaixonado por uma pintura. A imagem representava uma jovem que vivera 100 anos antes do escritor. Isso não importava, porque o amor não tem barreiras e Byron não se limitava a amar uma figura enquadrada.
Alguns séculos mais tarde, Laurent Voulzy compôs um álbum homenageando a Inglaterra, e esse evento não podia faltar.

Novela “O Tempo Não Para”
Parecido com “Espelho da Vida”, mas invertido. Em vez do presente se encontrar com o passado, o passado entrou os dias atuais.
A narrativa começa quando as autoridades locais encontraram um pedaço de gelo no litoral de São Paulo. Não demoram muito para perceberem que se trata de famílias que haviam congelado e ficado à deriva no mar.
O gelo é levado para uma clínica de criogenia para ser descongelado e, seu conteúdo, estudado.

Série de TV “The Returned”
Na cidade de Caldwell, algumas pessoas, com histórias bem diferentes (mas que estão interligadas de certa forma) voltam à vida, apenas para prenunciar um fim terrível à cidadezinha: a queda de uma barragem.

Série de TV “4400”
Dois policiais de Seattle, James Baldwin e Diana Skouris, investigam a volta inesperada de 4.400 pessoas que apareceram de repente em um lago dentro de uma bolha. A primeira pessoa a ter desaparecido foi uma garotinha chamada Maya, nos anos 1920; e uma das últimas foi o sobrinho de Baldwin, Chad. Cada retornado desenvolve uma habilidade sobrenatural e, com isso, eles vão se reintegrando à sociedade.
O filho de Baldwin estava em um coma e só acordara após o retorno dos 4.400. Entre as pessoas que desapareceram e depois voltaram estão Richard Tyler (que tem uma filha com outra retornada) e Jordan Collier. A filha de Richard cresce e é descoberto que ela produz naturalmente uma substância capaz de dar poderes sobrenaturais às pessoas comuns. E Jordan seria uma espécie de “messias” que lideraria o povo à Salvação, morreria e ressuscitaria, conforme a profecia.
A série mistura investigação e ficção científica e é uma das minhas favoritas...

Série de TV “Glitch”
Uma série australiana que retrata uma cidade do interior da Austrália chamada Yoorana. Certa noite há uma movimentação no cemitério local e pessoas que morreram em diversas épocas levantam de seus túmulos.
O delegado James, encarregado do caso, leva o grupo para a clínica da Dra. McKellar para que eles possam se recompor. Nisso, uma das retornadas reconhece o marido, James.
Há uma consequência que eles logo descobrem: existe uma barreira invisível que impede os retornados de ultrapassá-la, sob o risco de desintegrar.

No desenrolar da trama, descobrimos que a indústria farmacêutica está por trás do mistério, com enigmas mais profundos.

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