quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Eu esquio


Perguntaram-me quando é que eu esquio.
Eu esquio quando a neve cai.

Perguntaram-me onde é que eu esquio.
Eu esquio onde a neve cai.

Perguntaram-me como é que eu esquio.
Eu esquio como a neve cai.

Perguntaram-me com quem eu esquio.
Eu esquio com quem a neve cai.

Fevereiro/2018

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

O policial e o jovem


JOVEM: Por que eu estou fumando maconha?
POLICIAL: Porque você é um imbecil!
JOVEM: Droga!
POLICIAL: Você sabe quem eu sou?
JOVEM: Não.
POLICIAL: Sou a polícia!
JOVEM: E daí?
POLICIAL: Daí que eu vou ter que te prender!
JOVEM: Por quê?
POLICIAL: Porque você está fumando maconha!
JOVEM: E por que eu estou fumando maconha?
POLICIAL: Porque você é um... Ah, deixa para lá!

Abril/2018


terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Minhas tetas


Quem me contou essa anedota foi o Barão de Ortiz, no carnaval de 2010. Se fosse se sentir ofendido, ou ofendida, culpe a ele, não a mim.

Alfredo era um garoto estrangeiro que foi matriculado em uma escola nova. A professora pediu que ele se levantasse e se apresentasse para a turma.
“O que eu falo?”, perguntou Alfredo.
“Diga seu nome, querido.”, disse a professora.
Por alguns instantes, Alfredo esquecera seu nome. Ele lembrou-se de quando era muito pequeno e perguntara para sua mãe, que estava tomando banho, qual era seu nome.
Sua mãe, assustada com a porta abrindo, cobriu os seios e gritou:
“Minhas tetas!”
De volta para o presente, Alfredo disse, na frente da turma inteira:
“Meu nome é Mineastetas!”
“Muito bem. Pode voltar para seu lugar, Mineastetas.” A professora achou o nome um tanto curioso. Seria grego, turco?
No intervalo das aulas, o recreio, a professora viu Alfredo sozinho em canto, isolado. Ela resolveu intervir. Ela subiu numa elevação do pátio e gritou:
“Todo mundo venha brincar com Mineastetas!”
E todos os garotos vieram brincar com os seios da professora, inclusive Alfredo, que havia lembrado que seu nome era Alfredo.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Reflexão: Qual é a cor do Rio?


Introdução
A capital do Acre, Rio Branco, tem esse nome em homenagem ao diplomata barão do Rio Branco.
O barão do Rio Branco tinha esse título por causa de seu pai, o visconde do Rio Branco. Ambos, pai e filho, tinham o mesmo nome, José Maria da Silva Paranhos, mas o último era “júnior”.

Visconde do Rio Branco (nosso herói)

Barão do Rio Branco (filho do nosso herói)



Minha pergunta
Se a cidade acriana tem esse nome por causa do barão, e este tem tal título por causa do pai visconde, de onde veio o nome “rio branco”?

Leite é um líquido branco.

A seiva das plantas também é um líquido branco.


Teoria
O estado do Acre só existe devido à existência de seringueiras (que são árvores de borracha). Qual é a cor da seiva da seringueira? Branca.
O. K. Isso responde à pergunta do nome da capital. Mas e o nome do visconde e do barão?
O município foi fundado em 1882, então não tem como ele ter inspirado o nome do visconde do Rio Branco, que morreu dois anos antes!

Solução do caso
A história remonta a Guerra do Paraguai.
Se o leitor estiver familiarizado com o artigo Plutão e Prosérpina, ele lembrar-se-á desse tema.
Vamos relembrá-lo. A Guerra teve três frentes, a primeira, com Bartolomeu Mitre, a segunda, com duque de Caxias (então ministro da Guerra, que rolou o escândalo com o semideus Zacarias de Góis), e a terceira frente, com o consorte de Princesa Isabel, conde d’Eu.
O Brasil travou a batalha junto com os exércitos argentinos e uruguaios, formando a Tríplice Aliança.
No final da guerra, com a Tríplice Aliança vitoriosa, José Maria da Silva Paranhos foi recompensado com o título de visconde do Rio Branco. Rio Branco era o nome do rio que corre no Mato Grosso e o Paraguai disputava com o Brasil.

Cataratas do Rio Branco



segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Deuses e titãs


Eu terminei de ler hoje (9 de dezembro) o último livro da saga do Percy Jackson.
Dentre os grandes épicos da literatura ("A Odisseia", "Os doze trabalhos de Hércules" e "As aventuras do Barão de Munchausen"), as peripécias de Percy Jackson não ficam de fora da lista.
Não vou contar o segredo da foto que ilustra essa postagem, para não estragar a história.
Minha personalidade e a de Percy Jackson se confundem. Nós dois somos curiosos por descobrir coisas novas e nos aventurar no desconhecido.

terça-feira, 19 de novembro de 2019

“Balada de Diogo Malatesta” (1856) *


*poema de Amadeo Tadeo Steinbeck (is-tain-BÉ-que ou is-tin-BÉ-que), musicado pelo grupo Os Sulfúricos.

O Diogo Malatesta
Resolveu dar uma festa
Convidou a molecada
Pra varar a madrugada.

Fez manjar de acerola
Com farinha de avelã
Todos nobres que comeram
Na barriga fez um nó.

A Josefa, coitadinha,
Mal podia se mexer
E o João, deu um nó na bunda,
Fez a casa estremecer.

O Bordalo deu um chute
Na traseira do João
E o chute foi tão forte
Foi parar lá no fogão!

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Idade Médium


O que eu estou prestes a relatar, eu não relatei a ninguém. Além disso, o evento apresentado aqui é anterior ao ocorrido com o Barão de Rothschild (ver no arquivo).
Pois bem, vamos aos fatos. Eu ainda estava na escola. Pouco tempo antes de embarcarmos para Rotterdam, eu conheci algumas pessoas. Elas pareciam ser lideradas por um cavalheiro chamado Vitor (ou Victor). O problema é que Vitor não pertencia mais ao reino dos Vivos. Ele era uma alma penada. E seus amigos eram seus pajens, guardiões do Hades.
Eu descobri isso já no primeiro contato. Vitor e seus guardiões vagavam pelo laboratório de ciências, procurando um meio de fazer a transição. Eu os reconheci pela aura azulada que todo espírito tem. A alma estava em um processo conhecido como Umbral, em que os espíritos ficam aprisionados no mundo mortal até cumprirem uma determinada pena. Vitor e os pajens procuravam por um portal para o Hades, enquanto liam diversos livros de alquimia.
“Posso ajudar em alguma coisa?”, perguntei, sendo eu considerado um especialista no assunto.
TME?”, sibilaram os espectros.
Na hora, eu não entendia nada. Mas depois eu saberia que eles não queriam dizer TME, e sim PNE, que é uma espécie de verme que circula pelas nossas entranhas. Então, repeti a pergunta:
“Vocês precisam de ajuda?”
Vitor e seus pajens avançaram em mim, mas eu, conhecido no assunto, peguei um punhado de sal grosso e atirei neles, que escaparam.
Na manhã seguinte, fui falar com outro especialista, Monsenhor Franco Paranhos, pároco de minha escola. Ele dizia ser neto do barão do Rio Branco.
Ele me disse para fazer tudo o que os espíritos me pedissem. Perguntei:
“De onde vieram esses espíritos?”
“São espíritos vindos do mundo dos Mortos. Eles foram expulsos de lá, e têm que cumprir uma pena aqui.”
“Como foi que eles morreram?”
Monsenhor Franco pegou uma garrafa de licor de rosas e serviu um copo.
“Aceita?”, ele ofereceu. “Eu trouxe de um convento do Rio de Janeiro.”
“Não, obrigado, Monsenhor.”, recusei. “Eu sou menor de idade, não bebo.”
O pároco prosseguiu:
“Nos anos 1990, um grupo de estudantes da sexta série invocou uma entidade poderosa do mundo inferior, conhecido por alguns de Hades. Por incrível que pareça, essa entidade pertencia às crenças hebraicas. Esses garotos, dos quais Vitor era o líder, queriam brincar com o mundo sobrenatural. No entanto, eles não contavam com a força de tal empreitada. Eles conseguiram invocar o demônio, mas o feitiço apoderou-se do corpo de Vitor, consumindo-o até a morte.”
“Existe uma razão para que o espírito de Vitor tenha chegado até você, Maxwell. Vitor quer que você realize um último desejo que ele tinha em vida: liberar o feitiço aprisionado da entidade hebraica, e assim voltar ao mundo dos mortos.”
“Quem eram os pajens que o acompanhavam?”, perguntei.
“Os pajens são criaturas criadas pelo próprio Plutão, ou quem quer que esteja comandando o mundo lá embaixo. Apenas eles podem ir e vir de lá sem prestar contas ao Criador.”
Monsenhor Franco bebeu o que sobrou do licor de seu copo.
“Você está enxuto, Maxwell, já pode lidar com os espectros. Receba o que tem que receber, e terá a salvação garantida.”
Era um dia frio. Encostei-me à parede próxima ao laboratório de Ciências (último lugar que vi Vitor e os pajens). O corredor estava vazio. De repente, eu ouvi um barulho vindo de dentro do laboratório. Com cautela, abri a porta e caminhei pela sala até chegar ao centro e ficar de pé, aguardando as ordens.
“Estou aqui Vitor!”, disse, abrindo os braços.
Vitor apareceu bem na minha frente, sibilando.
“Muito bem, Maxwell. Aqui está a sua tarefa.”
Um frasco com líquido marrom surgiu abaixo de meus pés.
“O que é isso?”
“É um amuleto. Meu amigo de Israel me deu. Preciso que você abra na presença de alguém que você conhece bem, a Redentora das Tribos.”
Pensei um pouco. Quem poderia ser a Redentora das Tribos da qual Vitor se referiu? Então, por meio da cadeia de associação de imagens, cheguei à teoria de que poderia ser uma senhora com a qual tenho me correspondido nos últimos meses. Seu nome era Orlandina, e ela trabalhava em uma tenda no Parque da Velha Cigana, como vendedora de produtos exotéricos.
“Você tem a minha palavra.”, disse eu, pegando o frasco e colocando na mochila.
Depois da aula, peguei a bicicleta e fui para o Parque da Velha Cigana, onde Orlandina trabalhava. Apresentei o frasco para ela, que não se impressionou.
“Hebreus, você disse? Ora, Max, porque não disse logo? Vamos logo despachar esse infeliz!”
Nós fomos até os fundos do Parque. Orlandina me alertou que o frasco continha uma grande quantidade de gás metano, e por isso poderia entrar em combustão a qualquer momento.
Ao abrir o frasco, com certa dificuldade, porque eu tinha onze anos, quase doze, quando isso aconteceu, eu senti um forte cheiro de enxofre e metano misturados. Parecia que aquilo era uma bomba de fedor! Alguns instantes mais tarde, uma fumaça azul libertou-se e começou a tomar corpo.
“Livre, finalment.......”, disse a fumaça.
Mal a fumaça, que acreditei ser a entidade, pode completar sua frase, Orlandina jogou uma mistura de óleos aromáticos e Bom Ar, e tudo aquilo que outrora aparecia em nossa frente desapareceu como num passe de mágica.
“Isso deve surtir efeito!”, disse a exotérica, satisfeita. “Venha, Max, temos que fechar sua visão.”
“Você vai me deixar cego?”
“Sim e não. Eu vou fazer algo para impedir que você veja mais coisas sobrenaturais.”
De volta à tenda, Orlandina me deu um chá para tomar e leu alguns Salmos. Eu comecei a me sentir meio sonolento e, quando percebi, estava inconsciente. Tudo o que eu me recordo é de acordar no dia seguinte durante uma aula no laboratório de Ciências, sentindo um forte cheiro de enxofre...
“Maxwell!”, chamou o professor.
“Presente!”, disse eu, levantando de sobressalto.
“Você estava dormindo no meio da explicação. Eu estava dizendo que vamos trabalhar com certos gases hoje, eles são fortes, e por isso podem causar dores de cabeça, náusea, enjoos...”.
Eu só conseguia pensar na minha empreitada. Teria eu libertado e exterminado uma entidade sobrenatural? Seria eu médium? Essas dúvidas iriam me assombrar por mais alguns anos.

domingo, 13 de outubro de 2019

Plutão e Prosérpina


Plutão e Prosérpina (muitos a conhecem por Perséfone) vivem no Hades (mundo dos mortos), embaixo de toda civilização conhecida. Seu palácio tem uma réplica quase exata do buraco do Tártaro. Como se sabe, Plutão raptou Prosérpina, porque o Rei dos Mortos sentia-se muito só. A mãe de Prosérpina, Deméter, propôs um trato em que a filha sairia durante a primavera e ficasse o resto do ano com seu algoz.
O casal logo comprou um filhote de cãozinho de três cabeças que batizaram de Cérbero. Em seguida tiveram dois filhos, Zacarias de Góis e Renata Vasconcelos.
Certo dia, a sogra de Plutão, Deméter, visitou o Hades junto de seu consorte, para fugir do calor da superfície (o mundo dos mortos é gelado). Plutão, como um bom anfitrião, vestiu seu collant que usava para fazer pilates com os combatentes da Guerra de Troia (Aquiles, Páris, Heitor, Agamenon etc). O professor do pilates era o monstro Argos, com seus múltiplos olhos.
No entanto, Argos teve de se aposentar depois que Juno pediu que vigiasse uma das amantes do devasso Júpiter, Io, que tinha sido transformada em carneiro. Júpiter pediu a Mercúrio que tocasse sua harpa para adormecer os olhos de Argos e deixar Io escapar. A amante escapou, caiu na água e formou o mar Jônico. Quanto à Argos, ele perdeu a cabeça e seus olhos foram parar na cauda de uma ave, o Pavão.
A sogra de Plutão viu seu genro nessa situação, vestindo um collant de pilates e bebendo néctar. Deméter e Prosérpina trocaram olhares, mas não disseram nada. Resolveram esperar para comer a ambrosia de Plutão, enquanto bebiam néctar e conversavam sobre amenidades.
Prosérpina disse à mãe que tinha ido ao Monte Olimpo na semana anterior beber um pouco do leite de Juno, para conseguir a imortalidade dos deuses. Deméter disse-lhe que era besteira, porque sua filha já conseguira a imortalidade casando-se com Plutão.
Terminado o almoço de ambrosia regado à néctar, Deméter e seu esposo foram embora, deixando a filha e o genro a sós, com Cérbero.
Zacarias de Góis, o primeiro filho de Plutão e Prosérpina, construiu seu caminho no mundo da superfície. Enquanto esteve no Brasil, comandou o gabinete do Conselho de Ministros, com detalhe na Guerra do Paraguai. Seu gabinete era progressista, e criou atrito com o então ministro da Guerra (filho de Marte), duque de Caxias. Essa confusão gerou a crise de 1868, levando ao regresso conservador, que trouxe o visconde de Itaboraí para o gabinete.
No final do século 19, Zacarias de Góis deixou o mundo mortal para voltar ao Hades e comandar as almas do Elísio e do Tártaro. Certa vez, ele encontrou Caxias e d. Pedro e teve de conduzi-los para o Elísio, porque suas almas não possuíam vícios.
A filha caçula de Plutão, Renata Vasconcelos, nasceu um pouco mais adiante. Ela também construiu sua vida na superfície, trabalhando como jornalista âncora em um jornal televisivo popular que é transmitido durante a noite. Renata é contemporânea é amiga de Patrícia Poeta (filha de Apolo) e Fátima Bernardes (filha de Diana, deusa da caça). As duas também são jornalistas.

domingo, 29 de setembro de 2019

GERAÇÕES DE VOTANTES (do Baby Boomer ao Zoomer)


Aviso: Este é um artigo de ficção. Não leve a sério, apesar de estar diagramado em fonte Times New Roman 12, norma “padrão” ABNT (Associação Burocrata de Nanicos Bizarros). Aproveite a leitura!

O Baby Boomer que nasceu a partir de 1950 pertenceu à primeira geração de votantes que não elegeu candidato desde a ditadura (ou regime) militar, implantada em 1964. Tal Baby Boomer, só foi ter idade mínima de escrutínio (vernáculo utilizado para designar “voto”, em linguagem de parlamentar) em 1968 (fase de crescimento da Ditadura).
Para efeito de comparação, um Boomer que nasceu a partir de 1930 votou pela primeira vez em 1950 (eleição de Getúlio Vargas, que terminou em banho de torradeira). Não obstante, o Boomer dos anos 30 elegeu com sucesso Juscelino Kubitschek, que mudou a capital de lugar, afastando-a dos centros urbanos. Mais tarde, esse Boomer, em 1960, elegeu o desertor Jânio Quadros. Quatro anos depois, eclode a DM e ninguém mais pode votar. A culpa é dos Boomer’s, ou não. (Esse foi apenas um parêntesis; nosso foco são os BABY Boomers, que nasceram entre 1950 e 1960).
No ano de queda do muro de Berlim, portanto das ideologias políticas, 1989, esse Baby Boomer, que nunca participou de um escrutínio, votou em um candidato, que parecia honesto, mas não era. Collor foi eleito e sofreu impi... impiti..., perdeu o cargo. Seu vice, Itamar Assumpção Franco, o topetudo, assumiu. Nesse caso, o pacote saiu melhor que a encomenda.
Os anos de 1994 e 1998 foram bem-sucedidos devido à eleição de d. Fernando II. Sem comentários aqui. O problema surgiu em 2002.
A atriz ReginaDuarte, em campanha ao candidato tucano José Serra (PSDB, que significa Partido dos Sérios Doentes Burocratas), afirmou “ter medo” da possível eleição de Luiz Inácio Mula Lula da Silva. Dito e feito; d. Mula foi eleito. Dessa vez, a culpa não foi dos Baby Boomer’s de 1950/60. A questão é que surgiu uma nova geração de votantes: os Millenials, progressistas que, nascidos entre 1980 e 1985, já tinham a idade mínima de voto. Estava feita a receita do fracasso. D. Lula foi eleito por dois mandados (passando a faixa presidencial para si mesmo em 2006, visto que seu antecessor fora ele mesmo).
Os profetas Baby Boomer’s Luiz Carlos Alborghetti (in memoriam) e Diogo Mainardi previram, já no segundo mandato de d. Lula, a prisão deste.
No entanto, da mesma forma que aconteceu durante a Guerra do Paraguai (ou Guerra da Tríplice Aliança), em 1868, quando o primeiro-ministro progressista Zacarias de Góis e Vasconcelos deixou o gabinete por causa de abusos do Ministro da Guerra duque de Caxias, trazendo ao governo ministerial o conservador Itaboraí, em 2016, os projetos de votantes que nasceram entre 1995 e 2000, foram um dos principais grupos que lideraram a Revolução que tirou a d. Dilma do poder. Esse grupo, categorizado de Zoomer, seria responsável pelo regresso ao gabinete conservador, com a eleição de d. Jair.
Nem todos os votantes nascidos a partir de 1980, porém, são pró d. Lula; e nem todos os eleitores nascidos a partir de 1995 são pró d. Jair. Ano passado, a disputa presidencial foi muito acirrada, quando d. Fernando, a oposição, e d. Jair se puseram a combater frente a frente perante às urnas. Isso trás à tona a ideia de polarização que sempre esteve à mente dos brasileiros.
Na época do glorioso Império de d. Pedro II, o Brasil dividia-se em diversas vertentes, tais como republicanismo e monarquismo, liberalismo e conservadorismo, abolicionismo e escravismo, e ultramontanos e regalistas, para citar os principais movimentos.
Hoje em dia, especialmente pós-eleições (de 2018), também estamos polarizados. E isso não é bom para o País; nem para o Planeta. D. Pedro, ao partir em exílio junto com a família imperial, disse que, com República ou sem República, o Brasil há de saber se governar.
Este ano, em 2019, a República, tão sonhada por Benjamin Constant e outros militares, completará 130 anos. Ao custo de quê? Quatro golpes de Estado (1889, 1930, 1964 e “2016”), duas ditaduras, dois impi... impiti... presidentes que perderam o cargo, uma porção de presidentes depostos (Fonseca, Pena, Prestes, Quadros, Goulart, e por aí vai), e uma Constituição interminável de Leis e Ordens! Nossa República nunca foi desse mundo. Nem nosso Império. Nós somos um País de outro mundo, outra dimensão.
Qual é o futuro da nossa nação, alguns de vocês perguntarão. O futuro, eu responderei, é incerto. Apenas o tempo irá dizer. Por enquanto, aproveite o tempo que lhe resta e você saberá o que fazer daqui em diante.
O texto até aqui parece confuso, e está mesmo.
A razão disso é que não tem certo, ou errado. Existe o fazer e isso que é o mais importante. Nunca desista dos seus sonhos, jovem leitor (seja qual for sua idade, você continua sendo jovem de alma), por mais repetitivo que isso possa soar.

domingo, 7 de julho de 2019

A Música do Século


Amadeo Tadeo Steinbeck nasceu em 1826, no município de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. Ele era filho de um negro alforriado com uma pastora de camelos, e tornou-se um dos músicos mais conhecidos da história do Brasil.
Sua trajetória começa quando um de seus colegas de escola primária, Emanuel, filho do conde de Índigo, o convida, depois de gente grande, para estudar na Academia de Belas Artes de Paris. Emanuel desde cedo percebera que Amadeo Tadeo nascera para a poesia e, mais tarde, para a música.
Apesar de mulato, sua recepção na gloriosa cidade de Paris foi calorosa. Todos aclamavam Amadeo Tadeo como se fosse um nobre cavalheiro, apenas por ser amigo de Emanuel.
Certa tarde, depois de caminhar às margens do rio Seine, Amadeo Tadeo entrou em um bistrô para degustar um croix-Saint aux chocolat. De repente, algo lhe veio à mente. Amadeo Tadeo pegou um guardanapo para rabiscar suas ideias. Assim, ele poderia debruçar-se em sua mesa na kitchenette, que ele dividia com Emanuel, e outros dois estudantes de Belas Artes, François e Nicolas.
Nas duas semanas seguintes, Amadeo Tadeo não dormiu e comeu pouco, trabalhando em sua obra que seria conhecida como a poesia do século, musicada cento e cinquenta anos mais tarde, em 2006, pelo grupo Os Sulfúricos. Emanuel preocupou-se ao ver Amadeo Tadeo sem cuidar de sua higiene básica, mas ele lembrou-se que estava em Paris e ficou tudo bem.
Em algum dia de maio de 1856, Amadeo Tadeo saiu de seu quartinho empoeirado com um manuscrito: a Poesia do século!
Amadeo Tadeo gastou sua pequena fortuna de 30 francos para publicar sua Poesia na Gazette Française. De início, a recepção parisiense não foi muito boa (aqueles frescos!), mas, meio século depois de sua morte, as coisas mudariam.
Amadeo Tadeo, vendo que sua Opera Magna não obteve o sucesso esperado, entrou no mundo do alcoolismo e começou a cometer pequenos delitos, sendo que, em um deles, o Poeta assaltou um dos netos do rei Luís Felipe I, levando-o ao cárcere. Depois de uma série de julgamentos, Amadeo Tadeo foi deportado para o Brasil e lá passou a viver na Rua da Amargura, acompanhado de bebidas alcoólicas muito fortes.
Uma de suas paixões após a deportação chamava-se Maria Antônia de La Mare. Mulata, de seios fartos, ela era natural da Ilha do Governador e, além disso, não dava chance para Amadeo Tadeo. Maria Antônia de La Mare preferia os ricaços do Botafogo.
Sendo assim, Amadeo Tadeo contentava-se com as prostitutas de luxo que ele pagava com a remuneração de suas crônicas semanais na Gazeta Fluminense.
Foi desse modo que o grande Gênio da Poesia e Literatura brasileira passou seus últimos anos. Em 1899, Amadeo Tadeo foi encontrado morto abraçado a uma garrafa de bebida alcoólica forte, vítima de cirrose pancreática hormonal.
Em seu testamento, apesar de não ter posses, deixou claro que sua Poesia deveria ser lembrada como patrimônio cultural. O General Floriano Peixoto chegou a erguer um busto no Palácio de São Cristóvão em tributo a Amadeo Tadeo, mas a estátua sumiu misteriosamente quando Washington Luís deixou o cargo da presidência.
Em 2006, estudantes da escola Amadeo Tadeo Steinbeck, em Niterói, encontraram um artigo da Gazette Française relatando o fracasso da obra prima de Amadeo Tadeo. Esses estudantes tinham uma banda, e eles resolveram reunir-se na garagem de um deles para musicar a Poesia.
A banda chamar-se-ia Os Sulfúricos. A música produzida ficou anos nas paradas do Brasil. Ninguém falava de outra coisa a não ser a Poesia de Amadeo Tadeo Steinbeck.
A Poesia de Amadeo Tadeo tratava de um fidalgo que queria muito dar uma festa. Ele convidou todos os nobres de seu convívio social (marqueses, condes, duques, viscondes, barões etc.) para varar a madrugada. Todos que ele convidou compareceram. Para comer, o fidalgo preparou um manjar de acerola com avelã. Os presentes que provaram a sobremesa tiveram mal-estar, e passaram o resto da festa no banheiro.
Um dos exemplos que Amadeo Tadeo dá é o de uma duquesa (Joanne de Seville) que mal podia se mexer, por causa das cólicas gastrointestinais. Outro caso foi do barão Léon de Orléans, que entupiu a fossa séptica, e foi preciso cavar outra. Antoine Piaget, um coletor de impostos, expulsou o barão León do “banheiro” para poder usá-lo. Foi um festival de horrores. Não há dúvidas de por que a pudica sociedade francesa do século XIX não gostara da Poesia de Amadeo Tadeo.
A música de Os Sulfúricos, no entanto, deu luz à ideia magna de Amadeo Tadeo, e, se o Grande Poeta estivesse vivo hoje, com certeza ele seria recebido com muitos aplausos!

sexta-feira, 14 de junho de 2019

A pegadinha






Este texto foi concebido primariamente como uma Comissão Parlamentar de Inquérito.

Uma amizade improvável se formara, há muitos anos, no município de São José dos Pinhais, no Paraná.
Tomás e Geraldo se conheceram na delegacia. Tomás tinha 20 anos e Geraldo, seis anos mais moço, tinha 14.
O crime de Tomás foi ter colado um adesivo com dizeres políticos (retirado da lixeira) em local público, e Geraldo havia quebrado os dedinhos da filha do diretor do colégio na dobradiça da porta do banheiro, enquanto brincava de esconde-esconde. Os dois estavam passando a noite na delegacia; Tomás fora detido por vandalismo e Geraldo por violência. Nenhum dos dois era reincidente e nenhum deles voltou para prisão.
Mas foi lá que eles se conheceram e se tornaram melhores amigos.
Atualmente, Geraldo tem 63 anos, é graduado em teologia, tem especialização em filosofia e leciona catequese na igreja de São José dos Pinhais. Tomás, de 69 anos, fez faculdade de medicina veterinária, especializou-se em biologia marinha e cuida de Mandíbula, o primeiro tubarão branco nascido e criado no Brasil, no aquário do município.
Todas as sextas-feiras, Geraldo e Tomás encontram-se no restaurante próximo a delegacia onde eles se conheceram.
Certa noite, Geraldo enviou um correio eletrônico (e-mail) para Tomás.

Tomás, eu estou muito desgostoso com a situação política atual do Brasil. Nós somos amigos de longa data e, que Deus perdoe meu sacrilégio, nosso tempo na Terra está passando.
Eu estive pensando em fazer uma travessura, daquelas que fazíamos nos tempos da juventude.
O que acha da ideia, companheiro?
Abraços do velho.

Tomás leu o correio eletrônico e respondeu:

Geraldo, eu apoio sua ideia. Conte-me mais, por favor.
Abraços do outro velho.

Geraldo disse:

Tomás, a molecagem é a seguinte: primeiro, nós compraremos roupas inteiramente pretas e gorros e luvas, também pretos. Também compraremos tinta em spray.
Eu consegui uma cópia da placa do carro do governador do Paraná, Ratinho Júnior.
O plano: durante a calada da noite, enquanto todos os mortais estiverem dormindo, nós vamos dirigir até Curitiba com a placa do Júnior acoplada, para fazer uma visita à penitenciária onde o ex-presidente Donnerstag está detido.
Vamos estacionar o carro bem em frente a uma câmera de segurança e vamos escrever, com o spray, no muro: RADEMAKER CARA DE MELÃO e VAI PLANTAR CANA, DONNERSTAG. Com isso, vamos testar a eficácia da Justiça brasileira. Será que a Lei é para todos?
Abraços do velho.

Tomás escreveu de volta:

Eu gostei da ideia, irmão. Vamos ver no que vai dar essa história!
Abraços do outro velho.

Paulo Donnerstag era um ex-presidente que se encontrava em detenção na penitenciária de Curitiba. Ele havia sido acusado de ter comprado um sobrado em Maresias e um sítio em Araxá, com dinheiro público, em nome de sua esposa, Maristela Donnerstag.
Hermann Rademaker era o presidente em vigência do Brasil. Ele era militar, pertencente à patente de General reformado do exército. Seu vice, Gordon Zweite, era Capitão da Infantaria.

Era meia noite quando Geraldo passou na casa de Tomás para buscá-lo. Os dois amigos vestiam roupas pretas e Tomás segurava uma sacola de lona.
“O que tem na sacola?”, perguntou Geraldo.
“Tudo conforme o planejado. As latas de tinta em spray e duas lanternas.”
E assim o automóvel de Geraldo, com a placa do carro do governador do Paraná, partiu rumo à Curitiba.
Geraldo estacionou o carro na parte de trás da penitenciária, deixando a placa visível para as câmeras de vigilância. Os dois senhores desembarcaram com as lanternas e as latas de tinta em spray.
“Eu escrevo a frase do Rademaker e você escreve a frase do Donnerstag, para ganharmos tempo. Não se esqueça das letras garrafais!”, sugeriu Geraldo.
Os guardas da penitenciária estavam dispersos. Alguns dormiam, outros jogavam UNO, e outros fumavam substâncias ilícitas. Nenhum deles percebeu a presença dos “provocadores sexagenários de balbúrdia”, que ameaçavam a ordem naquela noite tão serena.
“Eu me sinto como jovem de novo!”, sussurrou Tomás, enquanto ele pichava.
Tomás e Geraldo picharam o muro e passaram a noite inteira rindo do que eles fizeram. Aquela noite fora inesquecível.

No dia seguinte, os guardas do turno diurno da penitenciária de Curitiba levaram um tremendo susto ao chegar ao posto de trabalho. Estava escrito, em letras garrafais, “Rademaker cara de melão” e “Vai plantar cana, Donnerstag” no muro da edificação.
Quem poderia ter feito aquilo? Foi o que os guardas se perguntaram.
Massimo, um dos responsáveis pela vigilância, considerou olhar as gravações das câmeras de segurança.
Na noite anterior, um carro estacionara. Massimo aproximou a imagem para visualizar a placa do carro. Era idêntica a de Ratinho Júnior, o governador do Estado! Aquilo não fazia sentido...
Não demorou muito para que a mídia chegasse para fazer a cobertura.
Muro da penitenciária de Donnerstag foi pichado!
‘Rademaker cara de melão’ e ‘Vai plantar cana, Donnerstag’ são as frases encontradas na manhã de hoje!
O que Donnerstag acha disso?
Donnerstag: ‘Nunca fui tão desrespeitado! Este país nunca foi tão desrespeitado! Moro e Dalagnol são meus inimigos!’
O que Rademaker acha disso?
Rademeker: ‘Concordo. ’

Geraldo e Tomás racharam o bico ao ver o noticiário. Não demoraria muito até o caso chegar até Brasília. Eles só não contavam com uma coisa: o álibi do Júnior.
“Onde você estava na noite de ontem, Ratinho Júnior?”, perguntou o delegado.
“Em casa! Dormindo!”
“Você pode provar?”
“Minha esposa, meus filhos e a cozinheira estavam em casa. Pode perguntá-los.”
“Eu acredito em você. Mas eu quero que você saiba que alguém queria queimar seu filme. Não só o seu filme como o da política brasileira, também!”
O caso, por ter envolvido o ex-presidente, e o presidente da República em exercício, foi parar no Ministério Público Federal, em Brasília.
Os procuradores, desembargadores e burocratas estudaram cada detalhe da investigação e chegaram a um consenso: o carro. O governador do Paraná não dirigiria um carro daqueles. O Ministério Público enviou um mandado judicial para a concessionária de carros perguntando quem comprara um de seus modelos do ano 2006.
Eles conseguiram então o nome de Valério, filho de Geraldo, que tinha sido o fiador do pai. Valério morava no município de Limeira, em São Paulo.
Polícia Federal! Abra a porta ou será preso! É a Lei.”, gritou a Polícia ao chegar ao cantinho de Valério.
Valério tinha saído para comprar jornal. Sua esposa abrira a porta.
“Meu marido não está. Ele volta em alguns minutos.”
Alguns minutos depois, Valério chegou. A Polícia Federal encostou o sujeito na parede.
Você está muito encrencado, bagunceiro!”, rugiu a Polícia.
“Se você me disser o que está errado, talvez possamos chegar a uma conclusão pacificamente.”
“Você não lê o jornal? Não vê o noticiário? A penitenciária onde Donnerstag está detido foi pichada!”
“Eu sei disso. Mas não fui eu.”
“Explique-se melhor! Seu carro estava lá!”, disse o oficial, mostrando a foto do carro comprado em 2006.
“Eu não dirijo esse carro! Eu fui o fiador do meu pai. É ele quem dirige.”
O oficial pareceu envergonhado.
“Onde mora seu pai? Eu acho que ele é o culpado por essa confusão...”, gaguejou o oficial.
“Ele é de São José dos Pinhais. Fica no Paraná. Acompanhe-me e eu lhe darei o endereço dele.”

Tomás e Geraldo estavam sentados no sofá rindo da traquinagem que eles mesmos arquitetaram. Era como se eles fossem moleques, novamente. Alguém bateu à porta:
Polícia Federal! Abra a porta ou eu arrombarei!”
Tomás para Geraldo, murmurando: “Danou-se! Ferrou muito! É o fim! Fomos descobertos!”.
“Acalme-se, Tomás. Eu planejei tudo isso. No meu quarto, tem uma escotilha embaixo do tapete. Esconda-se lá.”
“Você não vai junto?”
“Não. O plano foi meu, eu arco com as consequências.”
“Então eu também não vou fugir à luta, Geraldo! Nós somos amigos até o fim, lembra?”, sorriu Tomás.
“Até o fim...”
Abra a porta, Geraldo!”
Geraldo caminhou lentamente até a porta e abriu-a.
“Geraldo Angra e Tomás dos Reis! Vocês estão presos em nome da Lei por vandalismo e falsa identidade.”
Geraldo e Tomás levantaram as mãos, culpados. Uma temporada na detenção faria bem aos dois.

Na cela da delegacia, Geraldo disse para Tomás:
“Eu tenho um plano...”
“Vai começar de novo!”
“Dessa vez será diferente! Você vai ver só.”
“Manda!”, animou-se Tomás.
“É o seguinte, assim que nós sairmos daqui, nós voltaremos para Curitiba. Eu me disfarçarei de cozinheiro para colocar um alucinógeno na comida do Donnerstag. É um plano que exige muita habilidade, por isso, eu preciso que você preste bastante atenção.”
Tomás e Geraldo passaram o resto da noite conversando sobre assuntos frívolos e pueris, adormecendo no chão frio da delegacia de São José dos Pinhais, onde eles se conheceram pela primeira vez.
Quanto ao muro pichado, foram tomadas as devidas providências. Um mutirão de pessoas, que apoiavam tanto o General Rademaker, quanto o presidiário Donnerstag, juntou-se na “praça do presídio”, em Curitiba, para limpar a bagunça.
E todos viveram felizes para sempre.
Fim.

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