quarta-feira, 20 de junho de 2018

Intertextualidade - Loss memes

Introdução: (4:28 até 7:45)




No início do século XIX, Napoleão Bonaparte, ao visitar o Egito junto a uma equipe de especialistas, encontrou um objeto peculiar que viria a ser conhecido como Pedra de Rosetta. Nos dias de hoje, nós sabemos o que está escrito no artefato graças a um linguista que acompanhou o conquistador francês — Jean François Champollion.

A linguagem sempre existiu para o ser humano da mesma forma que ele buscará diversas formas de se comunicar também. Se o pessoal da Antiguidade conversava de uma maneira, a galera da Idade Média conversaria de outra forma, diferente da maneira como nós — ou os contemporâneos de Shakespeare — falavam.

Uma das primeiras pessoas a introduzir o conceito de intertextualidade foi uma semioticista (estudante de semiótica) francesa chamada Julia Kristeva nos anos 60. De acordo com ela, os textos são um conjunto de ideias de outros autores, formando uma teia de ideias. A intertextualidade é um conceito que pode ser dividido entre quatro temas: referência [direta (citação) ou indireta (alusão)], estilização, paródia e paráfrase.

O vídeo introdutório é mostra a ideia de que um meme, por mais bobo que seja, é fácil de ser modificado por meio da intertextualidade. A partir da imagem original (abaixo), é possível criar muitas modificações. Ao longo desses últimos meses (maio e junho) recolhi algumas releituras do meme retratado no vídeo. Minhas principais fontes foram os sites reddit.com/r/memes ; facebook.com e instagram.com/m33mays (que é finlandês).

Meme original:

Releituras:









A releitura acima utiliza como relação intertextual o jogo de cartas Uno e o princípio de que há uma pessoa no primeiro quadrinho, duas no segundo e terceiro quadrinhos e praticamente nenhuma no quarto quadrinho. Além de utilizar as cores do jogo.





Essa releitura é uma variação com uma visão aérea bem humorada do ponto turístico Stonehenge na Inglaterra.










Existe uma teoria que permeia o imaginário da pessoas que vivem no hemisfério norte de que o pessoal que vive no hemisfério sul vê tudo de ponta cabeça. Por isso "somente quem vive na Austrália vai entender".









Eu demorei um pouco para entender a imagem acima. Quem nunca se pegou arrancando os cabelos ao ver um sinal de wifi ou operadora de celular fraco? Ou ver que a bateria do dispositivo está precisando ser recarregada? Ou ter que esperar um vídeo ou imagem fazer o download? A imagem acima dialoga com os dilemas de se viver no contexto da quarta revolução industrial, idealizado pelo fundador do Fórum Econômico Mundial Klaus Schwab.





A imagem acima apresenta relação com outros memes que caberiam perfeitamente (nem todos eu conheço), como o lula molusco fazendo dab (um tipo de dança relativo ao hip-hop) e o garoto do Wal Mart.




A imagem acima dialoga com a página inicial do Netflix, onde o usuário escolhe "quem está asistindo".




Alguns internautas (pessoas que navegam na Internet) acreditam que o estado do Texas é grande o suficiente para caber toda a população mundial. Sabendo disso, alguém resolveu comparar o tamanho do Texas com o continente africano, o continente americano e a Terra "plana". Esse último é interessante, porque mais ou menos na época de Leonardo da Vinci, a humanidade não era tão ligada à religião e por isso muitas perguntas passaram a ser feitas. Com isso, os renascentistas — como eram chamados quem viveu nessa época — descobriram que a Terra não era plana, e sim redonda! Atualmente, no entanto, algumas pessoas duvidam disso e acreditam que tudo é uma conspiração. Vale a pena conferir o link.








A imagem acima dialoga com o videoclipe da música "This is America", de Donald Glover. Eu não tive a oportunidade de escutar a música, que é uma crítica da sociedade americana.



A variação acima mostra o quarto quadrante (Descartes) de séries para "intelectuais" com os temas "sobre pessoas inteligentes" e "sobre pessoas burras" no eixo das ordenadas e temas "para pessoas inteligentes" e "para pessoas burras" no eixo das abscissas. A primeira que aparece é uma cena de Rick and Morty (com um personagem sozinho), a segunda é The big bang theory (com dois dois personagens, sendo que um está sentado), a terceira eu desconheço (com dois personagens conversnado de pé) e a quarta é Friends (com uma pessoa de pé e outra deitada).



A imagem acima é metalinguística, pois fala do meme dentro do próprio meme. O criador desta deve ter pensado que uma vez postado, ele nunca mais veria variações de is this loss.






Conclusão:

Conforme dito no vídeo introdutório, quanto mais versátil um meme (ou qualquer outro produto midiático), mais ele consegue dialogar com os textos. Os tipos de intertextualidade que mais foram vistos aqui foram a estilização (em que fora adotado o mesmo ponto de vista com outras ideias) e a paródia (em que a ideia fora reproduzida, mas com humor). Por versátil, entende-se que é algo que fica bem de todas as formas, como uma camiseta que combina com todas as calças, ou que está constantemente mudando. Na verdade, essa é a nossa sociedade. Nos tempos da pedra de Rosetta, o Egito era praticamente o centro do mundo e todos daquela região sabiam ler os hieróglifos, que hoje em dia existe uma profissão específica para estudá-los. Quem sabe nos próximos anos não vai existir uma profissão só para estudar a versatilidade complexa dos memes?


Referências:



https://mundoestranho.abril.com.br/cinema/o-que-e-metalinguagem/ (o que é metalinguagem - funções da língua)

https://www.youtube.com/watch?v=JUabUTqMgpM (o vídeo que me inspirou)

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