No ano de 1967, na Ilha da Amizade, a
aproximadamente 2 horas da cidade de Juca Leão, no Estado de São Paulo, os
Estados Unidos lançaram uma bomba química que afetou biologicamente a
biodiversidade dos animais que ali viviam. Os efeitos do ataque desinibiram um
hormônio neurotransmissor de uma espécie de tubarão que o impedia de voar. A
Ilha da Amizade enfrentava então, um exército de tubarões voadores famintos por
carne de humana, que acreditavam serem focas.
Além disso, a bomba química, uma
reação de ácido acético (CH3COOH) e bicarbonato de sódio (NaHCO3),
despertou Babilônia, a Grande, de seu sono milenar. A criatura apocalíptica era
protetora das meretrizes e serviu de guia para o exército de tubarões voadores.
Coube, então, ao pescador dinamarquês Harald Bjarnessen, que veio ao Brasil
estudar o motivo de tal espécie de peixe preferir águas mais quentes; ao
delegado canadense Flatcher Fukananga, de viagem de férias com sua família; e
ao governador do Estado Thiago Afonso estudar algo que inibisse o
neurotransmissor da espécie de tubarões e achar uma forma de injetar neles.
Harald já havia visto um caso parecido em que andorinhas foram submetidas a um
experimento e de repente não conseguiam mais voar. O pescador dinamarquês logo
associou o neurotransmissor dos tubarões a algo que estava na corrente
sanguínea de Babilônia, a Grande.
O governador Thiago Afonso conseguiu
seduzir a criatura e, enquanto ela dormia, retirou uma amostra de seu sangue
para o pescador analisar. Em laboratório, Harald descobriu que Babilônia
possuía, em seu organismo, uma solução de acetato de sódio (CH3COONa)
e hidróxido de amônio (NH4OH). Para neutralizar o hormônio
neurotransmissor dos tubarões, o dinamarquês preparou uma solução de ácido
clorídrico (HCl) e soda cáustica (NaOH).
O pescador Harald Bjarnessen, o
governador Thiago Afonso e o delegado Flatcher Fukanaga, que não sabia nadar,
então, alugaram um barco e partiram para injetar o antídoto nos tubarões.
Harald sabia que, quando os tubarões deixassem de voar, Babilônia, a Grande,
estaria morta. Para um efeito melhor, e mais efetivo, os homens acoplaram uma
mangueira e, assim, iriam injetar a solução em cada tubarão.
O pescador, que estava conduzindo o
barco, estacionou-o onde parecia ser o habitat dos tubarões, e esperou. Quando
o primeiro apareceu, apertou com força o gatilho da traquitana e o animal
voltou ao mar, com seu hormônio neurotransmissor inibido. Repetiu o processo
com dois, três, quatro tubarões, mas não percebeu a presença de um quinto vindo
em sua direção. O predador veio e arrancou-lhe a cabeça numa só abocanhada.
Thiago e Flatcher assistiram horrorizados à cena. “E agora?”, pensaram eles.
Flatcher, o delegado que não sabia nadar, pegou a traquitana e começou a atirar
nos peixes cartilaginosos. Depois de alguns minutos, o delegado e o governador
entreolharam-se e disseram: “Conseguimos!”. Babilônia, a Grande, veio ao
encontro dos dois homens e disse: “Thiago Afonso, você me traiu!”. E, dizendo
isso, apontou seu cajado para o barco, destruindo-o. Em seguida, a criatura
apocalíptica protetora das meretrizes, caiu no mar, tendo seu corpo levado pela
correnteza e afundado, sem ninguém ter uma pista de sua existência.
O delegado e o governador
entreolharam-se novamente e começaram a rir. Agarrados em tábuas que restaram
dos destroços do barco, os dois amigos retornaram à Ilha da Amizade.