sexta-feira, 5 de junho de 2015

Antes da Morte

Estava sentado em um banco de uma praça, quando um vulto encapuzado em meu ombro tocou. Virei-me. Lá estava ela; usando uma capa, seu rosto estava escuro. Com certeza, em toda minha vida, aquela era a Morte. Tentei gritar, minha voz não saiu. Tentei fugir, mas estava paralisado de medo. Não vinha ninguém; estava só, com a Morte atrás de mim e a Quinta Avenida quase deserta. Então, ele disse, em tom soturno:

— Eu não vim buscar você, meu caro...

— N-não... — consegui dizer — Então o-o-oque f-faz aqui?

— Você deve encontrar — continuou ela — um tesouro herdado de sua família, que se você o conseguir, terá o poder de dominar o mundo. E ele está no cemitério em que seus pais...

Ela desapareceu de repente. Mas em questão de segundos, descobri o porquê dela ter fugido.

Estava caminhando até mim. Como era fim de tarde, não conseguia ver seu rosto, mas estava vestida com jeans e uma camiseta amarela. Essa moça era alta. Então, ela se aproximou:

— Oi Roberto! O que aquele encapuzado estava fazendo com você?

Era Gina, minha melhor amiga desde a quarta série do ensino fundamental. Então Respondi:

— Gina, acredite em mim, aquele vulto era a Morte!

— Como?

— Isso mesmo! Ela estava falando sobre um tesouro herdado de minha família — meu rosto estava sombrio — e ela estava me dizendo onde ele estava, quando você chegou. Você acredita em mim?

— Claro que acredito! Somos amigos de longa data, não somos? E seja lá o que diabos for esse tesouro, teremos que descobrir onde isso está e também como procurar.

Ainda estava atordoado com meu encontro com a Morte, sobretudo, disse:

— Então que comece a caçada amanhã, agora já está ficando tarde.

Caminhei a pé até o meu apartamento, e Gina caminhou para o dela (nós éramos vizinhos). A Quinta Avenida continuava deserta. Nenhuma sirene, escapamento de moto. Tanto silêncio que até assustava.

De manhã, arrumei minhas coisas, peguei uma boa provisão de alimentos e água e fui chamar Gina no apartamento ao lado.

Ela também já estava com tudo arrumado, e disse:

— Creio que ficaremos fora por um bom tempo...

— Vamos Gina, temos que ir até o cemitério em que meus pais estão enterrados. — eu e minha companheira saímos correndo, aos tropeços, pelo corredor do edifício.

Chegando no cemitério, procuramos pelos túmulos de meus pais. Assim que achamos, começamos a cavar. De dentro da cova, uma coisa peluda pulou para fora, e nos agarrou.

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