Sebastião Jeffrey*
Isso aconteceu há mais ou menos três anos. No dia 30 de novembro de 2012, havia acordado às cinco horas e quarenta minutos da manhã, como de costume. Naquela época, dividia o quarto com minha irmã mais nova. Eu estudava de manhã e ela, à tarde. Não queria acordá-la, então comecei a me vestir no escuro, apenas com a luz do Sol nascente.
Abri o armário e fui tateando as
roupas para sentir a textura e não confundir com as roupas de minha irmã. Por
engano, peguei a saia de balé dela, que tinha o tecido muito parecido com o da
calça que eu costumava vestir para ir à escola. Enfim, vesti a saia. Mas antes,
havia passado meu desodorante aerossol no corpo inteiro. Mas só fui descobrir
depois que aquilo que passei no meu corpo era cola, em spray. [Até hoje não sei por que tinha cola em spray guardada no armário]
Quando saí do quarto para tomar o
café-da-manhã, percebi a tamanha confusão que cometi. Voltei rapidamente ao
quarto, tentei tirar, sem sucesso, a saia. Para amenizar um pouco a situação,
amarrei um cadarço velho, que estava guardado no armário, em volta da cintura e
fazer parecer que estava vestindo uma bermuda rosa.
Tomei o café-da-manhã, escovei os
dentes, apanhei a mochila, me despedi de meus pais e caminhei até a escola. [Na
cidade de Juca Leão, interior de São Paulo, é possível chegar nos lugares a pé,
por ser uma cidade pequena.] Chegar na escola foi mais difícil do que o
imaginava. Fui me escondendo em todos os arbustos e árvores que via pela
frente, para não ser reconhecido por nenhum colega meu. Mas isso seria uma
forma de atrasar o inevitável.
Se alguém dizer que a minha chegada
na escola foi normal, esse alguém é um mentiroso. Era impossível não reparar na
saia, ou "bermuda rosa", como eu queria que pensassem. Haviam os que
reparavam e não falavam nada, e os que observavam e fazia troça.
Enfim, o cadarço acabou se
desamarrando e eu tive que me explicar para o orientador da escola o por quê de
eu ter ido à escola vestindo saia, e para meus pais o por quê da saia de balé
da minha irmã ter sumido "misteriosamente".
Tanto o orientador da escola,
quanto meus pais, entenderam o incidente como um acidente e relatei que nunca
isso não iria mais se repetir.
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