Cada
dia que passa, eu sinto que eu não sou humano. São crises que vêm acontecendo
com frequência ultimamente. A última foi no sábado, e hoje eu resolvi sistematizar
as razões de por que eu não me sinto humano.
Às
vezes eu imagino que meus interesses não são os mesmos interesses das pessoas
humanas. Quando eu lia Turma da Mônica Jovem, eu não conhecia ninguém que
compartilhava tal interesse. O mesmo acontecia quando eu assistia aos vídeos de
Minecraft do Monark e quando eu jogava Kogama. Entretanto, havia exceções, como
no caso em que eu me interessava por química inorgânica e outras pessoas, em
geral meninas, compartilhavam o mesmo interesse.
Por
outro lado, ainda há a questão de que eu não me relaciono com as pessoas.
Quando eu tinha certa idade, na escola, antes de iniciar a aula de recuperação
e eu não tinha o dinheiro para almoçar por uma série de motivos (sejam eles
porque eu realmente tinha me esquecido de pedir o dinheiro do almoço para meus
pais; ou porque eu queria guardar aquele dinheiro para outra coisa, mais
especial; ou por qualquer outro motivo que viesse à tona), eu me escondia na
cabine do banheiro mais inacessível, que ficava atrás do armário de limpeza,
abria um sachê de sal e comia-o por inteiro. E daí eu ficava na cabine até a
hora da aula de recuperação. Vale lembrar que foi nessa época que eu comecei a
me sentir deslocado com relação ao mundo dos seres humanos, fazendo disso o
estopim de tudo.